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Mais de 550 mulheres foram vítimas de violência sexual dentro de universidades desde 2008

  • Por Redação do Jornal da 88

  • 10.Dez.2019 // 00h00

  • Geral

Mais de 550 mulheres foram vítimas de violência sexual dentro de universidades desde 2008

Um levantamento inédito feito pelo site The Intercept indica que, desde 2008, pelo menos 556 mulheres, entre estudantes, professoras e funcionárias, foram vítimas de algum tipo de violência em instituições de ensino superior. O campus da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), em Vitória da Conquista, foi incluído no levantamento. Entre os casos, há assédio sexual, agressão física e/ou psicológica e estupro – a maioria dentro das instalações universitárias e praticada principalmente por alunos e professores. A análise partiu de 209 ocorrências levadas às instituições – em algumas delas, um agressor foi apontado por mais de uma vítima. Analisando as denúncias, identificamos ocorrências em 122 instituições (34 particulares e 88 públicas). Quase 80% dos crimes aconteceram nos campi (9 delas dentro do banheiro e 5 nas moradias universitárias) e arredores (área de estacionamento e ponto de ônibus, por exemplo). Outros ocorreram na internet, jogos universitários e repúblicas de estudantes. Em 60% dos casos os agressores eram alunos; em 45%, docentes – os demais ou não foram identificados, ou não eram diretamente vinculados às universidades, como técnicos terceirizados ou operários de construções também terceirizadas. O Intercept procurou as 122 universidades onde foram reportadas as 209 ocorrências para conferir se as instituições possuem políticas para lidar com casos de violência contra a mulher – além de ouvir denúncias, para acolher vítimas (núcleos de apoio psicológico ou assessoria jurídica, por exemplo) e prevenir novos casos (iniciativas como cartilhas, campanhas e seminários sobre assédio sexual, entre outras). A má notícia: a maioria não retornou os contatos e, entre as 40 instituições (33 públicas, 7 particulares) que responderam à reportagem, muitas afirmam ter políticas internas, mas, na verdade, têm apenas diretrizes abstratas, e não protocolos específicos.