O laudo mais recente do mês de fevereiro de 2017 da Vigilância Sanitária de Livramento de Livramento de Nossa Senhora, do qual o site L12 Sudoeste teve acesso nesta quinta-feira (16), apontou a existência de coliformes totais na água da Embasa que cai nas torneiras da população livramentense, embora o mesmo laudo não tenha apontado a presença da bactéria Escherichia coli, o que automaticamente tornaria a água imprópria para o consumo humano. O resultado força uma notificação por parte da Vigilância Sanitária à Embasa, para que o problema seja corrigido o mais breve possível.

O Inciso I do Artigo 27 do capítulo V da Portaria Nº 2.914 do Ministério da Saúde, norma que estabelece os padrões de potabilidade de água para consumo humano, é bem claro: “no controle da qualidade da água, quando forem detectadas amostras com resultado positivo para coliformes totais, mesmo em ensaios presuntivos, ações corretivas devem ser adotadas e novas amostras devem ser coletadas em dias imediatamente sucessivos até que revelem resultados satisfatórios”.

É exatamente o que a Vigilância Sanitária do município vai fazer nesta quinta-feira, conforme informações da Coordenadora, Marcelle de Lourdes Pereira Oliveira, o órgão irá encaminhar de imediato o ofício a Embasa para que as devidas providências sejam tomadas. “Nós da Vigilância Sanitária somos responsáveis pela coleta da água em Livramento, todos os meses, para ser encaminhada a um laboratório que presta serviço ao Estado onde essa água é submetida à análise. São coletas realizadas em mais de 14 pontos da cidade, incluindo a zona rural. Chegou recentemente o resultado da análise dos meses de janeiro e fevereiro de 2017, onde na maioria dos pontos coletados apresentou alteração na cor, e também presença de bactérias/coliformes totais. Como chegou recentemente esse resultando, já estamos adotando medidas para que chegue ao conhecimento da Embasa, para que as medidas corretivas sejam feitas por ela”, informou a Coordenadora.

De acordo com especialistas, normalmente bactéria na água destinada ao consumo humano leva a crer que a água teve contato com matéria orgânica em decomposição. Os coliformes totais são um dos inúmeros grupos de bactérias que podem estar presentes na água quando a mesma teve esse contato. Portanto, a presença dos mesmos é indicativo de que pode haver outros grupos que não foram analisados e, portanto, a água deve passar por procedimento de desinfecção com cloro.

A Portaria 2.914 do Ministério da Saúde, adverte, ainda, “não são tolerados resultados positivos que ocorram em recoleta. Quando o padrão microbiológico for violado, os responsáveis pelos sistemas e soluções alternativas coletivas de abastecimento de água para consumo humano devem informar à autoridade de saúde pública as medidas corretivas tomadas”.

O laudo encontrou também alterações de cor da água, que está dentre os quesitos mais reclamados pelos consumidores. Para se ter uma ideia, o valor encontrado na última análise foi de 30 uH, sendo que o padrão de aceitação é 15 uH, ou seja 50% acima do padrão aceitável pelo Ministério da Saúde.

No início deste mês, durante Audiência Pública sobre o tema na Câmara de Vereadores de Livramento, representantes da Embasa afirmaram para as autoridades e população presentes que não havia alteração na qualidade da água fornecida pela Estatal no município, que estaria tudo dentro do padrão regulamentado. Com a palavra, a Embasa.