A BYD anunciou a rescisão do contrato com a Jinjiang Construction, empresa contratada para realizar a reforma das instalações da fábrica em Camaçari, na Bahia, após denúncias de trabalho análogo à escravidão. A decisão foi tomada após o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) notificar a montadora sobre irregularidades graves cometidas pela construtora, que envolviam condições precárias de trabalho, agressões físicas, alojamentos insalubres e jornadas exaustivas de 12 horas diárias, além da falta de equipamentos de segurança adequados. A montadora chinesa, que investe R$ 5,5 bilhões na fabricação de veículos na Bahia, destacou que os 163 trabalhadores da Jinjiang Construction não serão prejudicados pela rescisão, sendo transferidos para hotéis na região. A BYD também garantiu que todos os direitos trabalhistas dos funcionários serão respeitados. A empresa afirmou que está colaborando com as autoridades competentes e reafirmou seu compromisso com a legislação brasileira, especialmente no que diz respeito à proteção dos direitos dos trabalhadores. 

A situação veio à tona em uma reportagem da Agência Pública no final de novembro, que expôs as condições de trabalho na obra da fábrica. A BYD já havia se comprometido, em dezembro, a intensificar a fiscalização nas obras e garantir o cumprimento das normas, mas a rescisão do contrato só ocorreu após a atuação do Ministério do Trabalho e Emprego. A montadora não informou se essa medida afetará o cronograma da produção, que inclui os modelos Dolphin Mini (elétrico) e Song Pro (híbrido plug-in), previstos para o primeiro semestre de 2025.